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Escolas investem em contato com animais e plantas para melhorar ensino

A estratégia desenvolve o respeito ao meio ambiente e ainda estimula hábitos alimentares saudáveis

 

Tarcila Rezende*
postado em 26/10/2017 06:00

Caminhada ao ar livre e interação com plantas e animais. Parece passeio de fim de semana, mas é só mais um dia de aula. Ao menos para os alunos de escolas que adotam o contato com a natureza como ferramenta pedagógica.

Segundo os professores desses colégios, a estratégia não só estimula o respeito pelo meio ambiente como ajuda no desenvolvimento do senso de responsabilidade e até na adoção de hábitos alimentares mais saudáveis.

Na fazendinha da escola infantil Arara Azul (entre o Park Way e Águas Claras), os alunos entram em contato com pôneis, minivaca ; da qual tiram leite ;, pavão, jabuti, galinhas e, claro, arara-azul, a mascote do local. Fernanda de Paula, mãe de Bento, 4 anos, elogia o método, que, segundo ela, proporciona um contato com animais que as crianças da cidade pouco veem. ;É muito mais fácil entender como o bichinho se comporta, vive e se alimenta se há contato com ele. É diferente do livro;, ressalta.

Coordenadora pedagógica da instituição, Michelli Domingos concorda. ;A criança começa a estabelecer o respeito do ser humano com o animal. O cuidar da natureza só começa quando a criança convive com isso;, diz. E não há dúvida de que os pequenos amam. Às sextas-feiras, quando visitam a fazendinha, são os dias preferidos dos alunos, especialmente agora, quando estão apaixonados pela filhote de pônei Amora, nascida no mês passado. Como é o caso da estudante Ana Luiza, que adora passear com os animais.

A potrinha Amora é filhote de dois dos bichos mais queridos pelos alunos, os pôneis Lola e Alazão, que garantem muitos passeios divertidos. O nome do animalzinho foi escolhido por meio de votação na internet que mobilizou toda a comunidade escolar.

Para especialistas em desenvolvimento infantil, esse tipo de atividade constante certamente traz outros benefícios para os pequenos. ;As crianças podem apresentar ganhos nas habilidades sociais e na integração emocional;, analisa Renata Fernandes, neuropsicóloga e especialista em terapia cognitiva comportamental. Segundo ela, a relação respeitosa com os animais também ajuda o aluno a assumir mais responsabilidade, a ter mais iniciativa e a melhorar a autoestima. ;Além de ajudar a estimular a fala, estabelecer vínculos terapêuticos e fortalecer o desenvolvimento sensorial;, enumera.


Coelhos amados

Outra escola que oferece um espaço semelhante é o La Salle, também em Águas Claras. Lá as visitas são semanais e os estudantes têm contato com animais maiores, como avestruz, porcos e ovelhas. Mas o preferido das crianças são os coelhinhos. O supervisor agropecuário e responsável por orientar os alunos nos passeios, Pedro Eloi Welter, diz que, por serem menores e fazerem parte do imaginário das crianças, os bichinhos de orelhas compridas recebem mais atenção. ;Todos amam, porque são os mais carinhosos, mais fáceis de se adaptar;, explica.

A coordenadora do ensino infantil da escola, Daniela Maurício de Almeida, também ressalta a lição de respeito à natureza que essa experiência traz. Segundo ela, ao manter contato com os bichos, a criança entende que ela faz parte da biodiversidade e começa a aprender a importância de preservar. ;E criança aprende muito rápido;, garante.

Daniela ressalta ainda que, antes de passarem a visitar a fazendinha, os alunos recebem um preparo prévio, para que não estranhem o ambiente. ;Toda semana, eles fazem esse contato, mas antes aprendem na sala de aula a teoria, para chegarem mais preparados;, detalha.

Todo cuidado
Para que os bichos não fiquem estressados com a presença de tantos alunos, Pedro Eloi Welter explica para as crianças como se comportar na hora da visita e o quanto é importante ter cuidado com os animais. ;A gente ensina que estamos entrando na casa deles, então, não pode ter barulho nem muita movimentação na hora do contato. Cada animal tem seu hábitat e exige um cuidado diferente;, aponta. Além disso, as escolas contam com veterinários e cuidadores para que não haja maltrato.

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Para ler mais, acesse: Correio Brasiliense

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